Alterações patológicas da dengue hemorragica
- Por Jackson Estevão
- 17 de jun. de 2015
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As alterações patológicas observadas no dengue referem-se, principalmente, a casos de dengue hemorrágico. Observam-se hemorragias cutâneas, no trato gastrintestinal, no septo interventricular cardíaco, no pericárdio, em espaços subaracnóideos e superfícies viscerais. Hepatomegalia e derrames cavitários também são achados freqüentes. Tais derrames possuem alto teor protéico, com predomínio de albumina, e contêm pouco material hemorrágico.
À microscopia observa-se edema perivascular com grande extravasamento de hemácias e infiltrado rico em monócitos e linfócitos. Entretanto, não parece haver danos em paredes vasculares. Em alguns pacientes com hemorragias, observam-se abundantes megacariócitos em capilares pulmonares, glomérulos renais, sinusóides hepáticos e esplênicos, com evidência de coagulação intravascular. Em linfonodos e baço há proliferação linfoplasmocitária com grande atividade celular e necrose de centros germinativos.

A e B – Tecido do fígado. O aumento de colágeno e infiltrado inflamatório ao redor dos vasos, pode ser observados ao redor do espaço portal (PS). Os capilares sinusoidais mostram intensa circulação de macrófagos/linfócitos (IC), causando lesão hepatócitos.
C – Imunoperoxidase. Estudo de tecido hepático demonstrando antígeno viral (*) no interior do citoplasma de hepatócitos (H).
D e E – Tecido pulmonar. O intenso infiltrado de macrófagos alveolares/linfócitos (AM) para os capilares alveolares pode ser observado. Observe o edema intersticial (EI) e hemorragia (He) dentro do espaço alveolar.
F – Antígeno viral demonstrado no citoplasma das células endoteliais pulmonares (EC) e macrófagos alveolares (AM).
G – Tecido do baço. Vacuolização celular e células inflamatórias (IC) de sinusóides esplênicos foi verificada na polpa vermelha. Edema intersticial (IE).
H – Antígeno viral presente no citoplasma de células inflamatórias (IC), no baço
Na medula óssea ocorre bloqueio de maturação celular. No fígado observam-se hiperplasia, hepatite, esteatose, necrose hialina de células de Kuppfer e a presença, em sinusóides, de células mononucleares semelhantes a corpúsculos de Councilman, lembrando aspecto encontrado na febre amarela. Os rins têm glomerulonefrite relacionada à deposição de imunocomplexos na membrana basal glomerular. Chama a atenção o fato de que as lesões patológicas observadas, excetuando-se as relacionadas a hemorragias profusas, não justificam a extrema gravidade e o óbito destes pacientes.

A – Hemorragia do epiplon e hemorragia serosa do trato intestinal.
B – Fígado – congestão hepática (seta) sobre a superfície do fígado abrangida pelo exsudato afiado como resultado de perfuração duodenal, ulceração (seta).
C e D – Coração hemorrágico (seta) pericardite fibrina.
Referências
www.hse.rj.saude.gov.br
BASÍLIO –DE-OLIVEIRA, C. A., et al.. Pathologic Studyof a Fatal Case of Dengue-3 Virus Infection in Rio de Janeiro, Brazil. 2005.
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