Alterações patológicas da febre amarela
- Por Jackson Estevão
- 17 de jun. de 2015
- 2 min de leitura
Após a introdução do vírus amarílico na circulação pela picada do transmissor, o vírus em poucas horas atinge os linfonodos regionais e desaparece da circulação nas 24 horas seguintes. Nos linfonodos, o vírus amarílico infecta preferencialmente células linfóides e macrófagos, aí realizando o ciclo replicativo. Posteriormente, com a liberação das partículas virais pelas células, elas são levadas pelos vasos linfáticos até a corrente sangüínea, iniciando o período de viremia, e daí pela via hemática atingem o fígado. O período de viremia varia de acordo com a apresentação clínica, sendo de algumas horas até dois dias nas formas frustras e leves, respectivamente, e de até cinco a sete dias nas formas mais graves. Este período de viremia coincide com o início do período prodrômico da enfermidade e em particular com a febre e constitui a fase em que o sangue humano torna-se infectante para os vetores não infectados.
Ainda que a necrose médio-zonal seja observada em outras viroses como o dengue e mesmo em alguns casos de hepatite fulminante, ela predomina na infecção amarílica. Nas áreas médio-zonais necrosadas na febre amarela, raramente há desorganização da arquitetura normal. Por vezes, entretanto, quando a necrose na febre amarela mostra-se muito extensa o diagnóstico histopatológico fica muito difícil. Dentro da área necrosada observam-se discreto infiltrado inflamatório com predomínio de células mononucleares, restos celulares, e vários tipos e graus de lesões degenerativas. A mais característica e tida como indicativa de febre amarela, ainda que não patognomônica, pois, tem sido descrita também na malária por Plasmodium falciparum, nas hepatites virais, no dengue, na mononucleose infecciosa e em outras febres hemorrágicas virais, é a degeneração hialina, acidófila dos hepatócitos, conhecida como corpúsculo de Councilman-Rocha Lima. Mostra-se também comum a degeneração gordurosa (esteatose), observada em células necrosadas e preservadas. Mais raramente, encontram-se os corpúsculos de Torres e Villela, estes encontrados nos hepatócitos, células de Küpffer e macrófagos.

A Icterícia é um dos sintomas da Febre amarela, notar alteração na cor das escleras do paciente.

Referência
VASCONCELOS, P. F. C.. Febre Amarela. Revista da sociedade Brasileira de Medicina Tropical, p. 275-293, mar-abr, 2013.
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